A cidade onde todos vestem uma máscara de gás
Postado por Rudney em 13 de dezembro de 2013
Miyake-jima, uma pequena ilha situada no sudeste do Japão, possui um alto nível de atividade vulcânica que faz com que um gás venenoso vaze da terra constantemente, e obriga os habitantes a carregarem uma máscara de proteção para usarem quando sirenes instaladas na ilha avisarem que os níveis tóxicos estão muito altos.
Descansando no topo de uma cadeia de vulcões, Miyake-jima é um centro de atividade vulcânica. No século passado, os vulcões entraram em erupção seis vezes. O pior deles ocorreu em junho de 2000, quando, após um intervalo de repouso de 17 anos, o Monte Oyama entrou em erupção. A erupção foi precedida por 17.500 terremotos que atingiram a ilha entre 26 de Junho e 21 de Julho.
Durante o período de erupções e terremotos, Miyake-jima estava envolta em fluxo piroclástico e cinzas, que alcançavam quase 20 metros de altura. O desastre também levou a altos níveis de dióxido de enxofre tóxico que vazam regularmente através do solo, fazendo com que 20% das terras da ilha se tornasse inabitável. Depois de três meses, em setembro, o governo entrou em ação e forçou uma evacuação em massa.
Por cinco anos, Miyake-jima foi declarada uma zona proibida, como uma ilha estéril que se assemelhava a um mundo pós-apocalíptico: todas as árvores mortas, carros enferrujados e prédios abandonados. Por dois anos após a erupção, o Monte Oyama continuou a emitir de 10.000 a 20.000 toneladas de dióxido sulfúrico do seu cume diariamente. Lentamente, porém, a ordem de evacuação começou a se dissipar, e em 2005 foi autorizado que os cidadãos a voltassem para suas casas. Embora alguns optaram por permanecer fora da ilha, cerca de 2.800 escolheram voltar, carregando máscaras de gás e sob advertências sobre o gás nocivo que ainda escorre pela terra. Apesar do re-povoamento da ilha, quase um terço de Miyake-jima ficou permanentemente em uma área proibida e o governo realiza exames regulares de saúde e impõe restrições de idade em determinadas áreas.
Independentemente dos perigos para quem vive na ilha repleta de gás, moradores e turistas estão em abundância. O “turismo da máscara de gás” é um grande cartão de visitas da região, com máscaras descartáveis vendidas em estações de trem e lojas locais. A destruição vulcânica também é uma máquina de fazer dinheiro, com passeios turísticos de casas abandonadas, carros achatados e um ginásio de escola destruído por lava, bem como banhos quentes.