Planeta feito de diamante

Postado por Samuel em 25 de novembro de 2011



Imagine a maior pedra preciosa que você conseguir. É do tamanho de uma bola de futebol? De uma casa? Então você está pensando pequeno. Cientistas da Universidade de Manchester, juntamente com pesquisadores de outras partes do mundo, encontraram uma estrela sem energia que se transformou em um planeta feito inteiro de diamante.

Segundo o DailyGalaxy, o planeta foi visualizado por um telescópio via rádio da Australian Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO) e, apesar de ser pequeno, possui uma massa um pouco maior que a de Júpiter (que tem 1,8 × 1027 kg, o peso de mais de 300 Terras). Isso ocorre graças à alta densidade do planeta, que conservou elementos remanescentes da estrela, como carbono e oxigênio.

O valor exagerado ainda é um forte indício de que ele seria um corpo cristalino – e algo muito próximo do que chamamos de diamante. Apesar de ser tentador visitar um planeta desses, não é uma tarefa fácil: ele está a 4 mil anos-luz de nós, próximo da constelação de Serpente, orbitando uma estrela do tipo pulsar chamada J1719-1438.

O pulsar é uma enorme estrela que, apesar de estar sem forças, mantém nêutrons em rotação, fazendo com que ela pulse, solte feixes de luz e desenvolva um poderoso campo magnético.Como o J1719-1438 foi descoberto quase por acaso, juntamente com uma série de corpos similares, os cientistas responsáveis pelo projeto afirmaram que mais novidades podem surgir em breve.

Estrelas de Diamante

O gigantesco diamante é a forma final que uma estrela como o Sol adquire após passar por um longo ciclo evolutivo. O carbono formado pelas reações nucleares do astro acumulam-se em sua região central. Compactado por uma pressão descomunal, o material organiza-se em rede cristalina, dando origem ao diamante. O astro é realmente uma jóia de valor incalculável.



Mas, para quem já está pensando em como chegar lá para obter um pedaço, fica aqui o alerta: apesar de ter-se resfriado muito, a estrela ainda é mais quente do que a superfície do Sol e sua extraordinária força gravitacional esmagaria qualquer objeto que se aproximasse demais dela. A descoberta da estrela cristalizada comprovou uma teoria, apresentada na década de 60, por pesquisadores americanos e russos.

“Eles afirmavam que, ao se resfriarem muito, as estrelas tendiam a cristalizar. Mas isso nunca havia sido confirmado até agora”, afirma Kepler. Baiano de nascimento, o pesquisador doutorou-se em astrofísica na Universidade do Texas, nos Estados Unidos, onde iniciou seus estudos das estrelas anãs brancas. Ao todo, ele já dedicou quase 20 de seus 42 anos à investigação desses astros.

Atualmente, preside o Whole Earth Telescope (Telescópio da Terra Inteira), entidade que reúne 60 pesquisadores, de 13 países. “A BPM 37093 é uma estrela de grande massa que, ao implodir, ficou confinada num volume muito pequeno. Por isso, sua densidade média é altíssima, cerca de 20 mil vezes maior do que a da platina, o elemento mais denso da Terra”, explica o astrônomo.

As anãs brancas são as estrelas mais antigas, de modo que os estudos sobre sua evolução podem fornecer dados muito importantes para determinação da idade das galáxias. Conhecimentos adquiridos em outros campos de pesquisa estão sendo usados na investigação do comportamento desses corpos celestes: cálculos de freqüência de terremotos terrestres servem de base para a determinação do período de pulsação das anãs brancas; e um fotômetro, ligado ao telescópio, possibilita medir a variação periódica de seu brilho. “Esse estudo das variações da luz emitida pelas anãs brancas permite analisar o seu interior, escondido pela atmosfera estelar”, resume Kepler .




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